Nesta quarta-feira, 15, o Gloob celebra dez anos de existência. Em 15 de junho de 2012, o canal da Unidade infantil do Grupo Globo ganhou a TV por assinatura com a proposta de oferecer conteúdo nacional de qualidade, em ambiente seguro e confiável. Desde 2012, são quase 700 projetos avaliados e catalogados, 160 projetos feitos, 833 horas produzidas e 45 produtoras parceiras. Os conteúdos originais já foram vendidos para mais de cem países.
Além de estar na grade da TV por assinatura, o Gloob mantém perfis nas redes sociais, como Instagram, TikTok e YouTube, distribui conteúdo pelo Globoplay e tem o Gloob Games, que já soma 4 milhões de downloads, 70 milhões de partidas jogadas e 48 jogos publicados. “A última pesquisa que fizemos reporta que 62% das crianças têm a TV como meio preferido para assistir conteúdo infantil. A TV ainda é muito relevante, mas precisamos acompanhar essas tendências e fazer conteúdo multiplataforma”, enfatiza a diretora das unidades infantil e de entretenimento da Globo, Tatiana Costa.
Nesses dez anos de história, o Gloob também lançou o Gloobinho, em 2017, que ampliou a entrega de conteúdo da unidade infantil do Grupo Globo. Com o Gloobinho, o público-alvo do Gloob foi ajustado para seis anos a nove anos de idade. “É uma marca jovem que traz esse pilar de inovação, de experimentarmos coisas novas. Essa diversidade de formatos e gêneros traz atratividade para as crianças”, comenta a gerente de marketing e plataformas digitais da unidade infantil da Globo, Luciane Neno.
Para celebrar os dez anos, o Gloob preparou uma série de inciativas que serão divulgadas ao longo de 2022. A primeira foi a criação de projeto artístico que transformasse em um legado as histórias e personagens do canal. O Gloob convidou cinco artistas — Alberto Pereira, Alex Senna, Dolores Esos, Lídia Viber e Pomb —, para produzir ilustrações em forma de releitura do universo lúdico do canal e interpretações livres sobre a infância. Os cinco profissionais se uniram a mais 70 artistas para dar vida aos heróis do Mundo Gloob em painéis que cobrem os muros de uma travessa no bairro de Perdizes, em São Paulo. O objetivo do Gloob foi transformar o espaço um legado e novo ponto turístico na cidade.
A partir desta quarta-feira, 15, data oficial do aniversário, o canal apresentará nova identidade visual. Nos intervalos, será divulgada a nova paleta de cores e formatos da marca. De acordo com Tatiana, o logo foi inspirado nos stickers que são febre entre as crianças tanto no mundo físico quanto no digital. “É um mood unindo o ambiente digital e o real e isso é muito importante porque a criança é física e digital, transita muito bem nesse metaverso. Queríamos passar isso no conceito do on air”. Com a identidade visual, haverá campanha do Gloob que trará crianças reais em vídeo-manifesto que mostra a força do segmento.
O Gloob ainda ganhará três faixas comemorativas até 3 de julho, com maratonas especiais dos programas favoritos das crianças, como D.P.A.- Detetives do Prédio Azul, Miraculous Ladybug, Bugados, Escola de Gênios, Gigablaster e Alvinnnn!!! e os Esquilos. Também haverá episódios comemorativos de D.P.A. e Rolê Gloob de Férias, e a pré-estreia da quinta temporada de Miraculous Ladybug.
Com o envelhecimento da população brasileira esta aumentando a oferta de produtos e serviços para os idosos. E para conquistar esse cliente, as agências de modelos estão investindo em casting com pessoas mais velhas, grisalhas, e padrão de beleza próprio desta idade. Muitas agências de modelos como a A Bloom Modelling Agency, de Belo Horizonte (MG) e a Gloss Model, de São Paulo, (SP) possuem em seu casting, modelos publicitários com esse perfil.
Por Claudia Costa
A população brasileira está envelhecendo. Este público é um filão no mercado consumidor que vê a expansão no Brasil de produtos e serviços voltados para pessoas com idade acima dos 60 anos. E nada mais apropriado que as campanhas publicitárias voltadas para este público-alvo tenham personagens idosos. A identificação do produto e/ou serviço com o cliente é fundamental para despertar a atenção e seduzir este consumidor. É neste contexto que algumas agências de modelos estão se especializando em ter casting específico de pessoas com mais idade. Entenda-se por casting o processo de seleção de elenco para campanhas publicitárias, ensaios fotográficos e até mesmo desfiles de moda.
A Bloom The Modelling Agency, de Belo Horizonte (MG), fundada em 2015, possui em seu portfolio “ Modelos Maduros”. A Bloom TMA Agência de modelos, prioriza a representatividade, inclusão e diversidade em seu casting, com foco na assessoria de modelos profissionais e new faces, atuando também no agenciamento de Hostess (recepcionistas) e promotores de eventos. Fundada em 2015 e sediada em Belo Horizonte a Bloom The Modelling Agency tem como objetivo defender a personalidade e diversidade de cada modelo, valorizando e representando a beleza individual e única. A empresa realiza seleção constante, motivando e impulsionando seus profissionais no caminho da especialização e da excelência.
Segundo Thaisa Tadeu, fundadora da agência Bloom The Modelling Agency , sua empresa não estabelece limite de atuação para os modelos idosos. A definição e funções são estabelecidas pelos clientes, tendo em vista a proposta do trabalho que será realizado. A Bloom TMA já ofereceu elenco de atores para atuar em comerciais do Banco do Brasil, Nestlé, Bradesco, Inter, Governo de Minas, Manu Gavassi, dentre outros.
Ela explica que não é necessário passar pelos cursos de preparação que a Bloom Agency oferece. “Porém, o candidato não terá material profissional para ser apresentado e representado. No caso de optar pelo não agenciamento podemos recolher os dados do candidato e apresentar o perfil ao cliente quando o mesmo for pedido e não exigir a obrigatoriedade da profissionalização!”, salienta Thaisa. Dentre os cursos ofertados para desenvolvimento profissional do modelo maduro está o curso de desenvolvimento pessoal, marketing pessoal e digital, produção de moda para se apresentar nos trabalhos, curso de modelo e manequim e workshop de fotografia. Alguns cursos acontecem de forma virtual e outros de forma presencial. O workshop de fotografia, por exemplo, acontece durante a realização do book profissional. Cada curso tem uma duração de tempo. E o investimento vai depender do candidato querer se agenciar e aprimorar ou não.
Diversidade, representatividade e inclusão
Thaisa Tadeu explica que a sua agência não trabalha com olheiros que descobrem por acaso possíveis modelos em shopping, ruas etc. “Os candidatos entram em contato com a Bloom The Modelling Agency por se identificarem com o nosso método de trabalho”, explica ela que tem uma atuação voltada para a diversidade, representatividade e inclusão. “Em nossa Agência não temos modelos padrões. Todos são representados pelo verdadeiro, pelo que são. Não existe isso de ter que emagrecer ou ter uma marquinha no corpo”, exemplifica. Ela dá uma dica para quem deseja entrar neste mercado de trabalho:” Procurem agências sérias em que o seu conceito esteja presente a valorização e evidência do que é real e representativo. Sem padrões ou estereótipos”, salienta Thaisa Tadeu.
Robson Lima é executivo de novos negócios e booker na agência Gloss Model. “Uso do meu conhecimento corporativo e artístico para ser a ponte ideal com os clientes que querem viabilizar suas campanhas, ao mesmo tempo que me relaciono diretamente com os modelos não só para acertar os trabalhos, mas também para direcionamentos, dicas e consultorias que acontecem na própria agência”, explica ele, que também atua como produtor, ator e cantor.
A Gloss Model já ofereceu modelos para campanhas de importantes empresas como o Banco 24Horas, Mercedes-Benz, Wella, Quem Disse Berenice, Revista Super Interessante, Óticas Ultrafarma, Mapa Group,Syngenta, Colégio Etapa, Colégio Pathernon, Surya Brasil, 123 Útil, dentre outros.
Segundo o Booker, no mercado publicitário os modelos sêniores realizam os mesmos tipos de trabalho que qualquer outro perfil de modelo. Desde campanhas publicitárias, catálogos, capas de revista. “Todo produto ou serviço que poderia ser consumido por alguém que se identifica com essa persona é espaço para os nossos sêniores entrarem em ação!”, salienta
Ele explica que a Gloss Model realiza uma série de Workshops e treinamentos recorrentes que são disponibilizados aos agenciados. “Nesses encontros os modelos podem aprender desde a parte burocrática e operacional do nosso mercado artístico até um workshop de como obter um bom desempenho diante das câmeras”.
Robson Lima explica que os workshops e cursos têm focos e duração diferentes. “Tudo vai depender não só do que o modelo busca se aprofundar naquele momento dentro de sua caminhada artística, assim como também o que enxergamos e indicamos que é de maior prioridade para ele absorver naquele momento. Os custos são relativos, pois vão depender dessas diferentes necessidades de formação. Na Gloss Model temos alguns workshops base que são disponibilizados gratuitamente para nossos agenciados. Também é importante para nós, que eles estejam preparados para o mercado. Quanto melhor o desempenho deles nas campanhas, melhor é para todos nós. Isto porque demonstra o profissionalismo da nossa agência que entrega profissionais de qualidade para os jobs”, salienta Robson Lima. Ele salienta que não é obrigatório o modelo passar por essa preparação para ingressar no casting da agência. “Dentro de todas as indicações que passamos, nada e nunca serão obrigatórios. Mas, quanto mais informados e formados eles estiverem, maiores serão os leques de possibilidades e oportunidades. É preciso estar sempre atualizado e preparado para os novos desafios que aparecerem em suas carreiras”.
A Gloss Model possui uma equipe de profissionais que recebe modelos e os avalia diariamente. “Nossa seleção é criteriosa e leva em consideração não só o perfil que se apresenta diante de nós, mas também sua performance durante os pequenos testes que realizamos. Isso tudo nos faz entender se aquele modelo é necessário para nós dentro do casting que já possuímos. E sim! Já tivemos gratas surpresas a partir dessa busca por modelos sênior”.
“Nosso mercado cada vez mais nos surpreende de forma positiva e mostra que a diversidade de perfis é o futuro. Hoje não vemos modelos mais velhos fazendo apenas o que seria previsível como Seguros, Medicamentos ou o papel do avô/avó em uma campanha. Vemos esses consumidores que consomem produtos e serviços como qualquer outro consumidor sendo personificados também por esses perfis. E isso faz total sentido, afinal de contas, não é a idade que determina o que iremos consumir ou não, certo? “, diz Robson. Ele salienta que existe um mercado para modelos com tipos avós tradicionais. “Da mesma maneira que a democratização dos corpos e perfis já estão acontecendo com modelos mais jovens não seria diferente com os sêniores. É muito gratificante poder acompanhar de perto essa mudança”.
Para quem deseja entrar nesse mercado de trabalho o Booker na agência Gloss Model faz um alerta:” Veja esse mercado primeiramente como um pontapé para se enxergar de outra maneira. Realmente é difícil começar algo novo, estudar e aprender coisas novas. Mas também não é fascinante? Procure uma empresa séria para te representar, esteja preparado para “não’s”, mas também para eventuais “sim’s” e se jogue! O maior ouro que você teve e sempre terá é a sua essência. É isso que te faz único. E a nossa essência não tem prazo de validade. Sempre é tempo de começar! E o resto vamos percorrendo juntos nesse caminho!”.
Job Revista Super Interessante: Nossa modelo sênior Sônia Tereza foi aprovada para estampar a capa da edição de janeiro de 2022 da Revista Super Interessante da Editora Abril, mostrando que a idade não tem limite. O mercado publicitário está com uma grande demanda para os modelos da terceira idade e mais uma vez a agência Gloss Model está presente com o seu cast. VEM PRA GLOSS, O MUNDO É SEU!
Mercado dos Modelos Senior. No dia 26 de setembro de 2021 a Gloss Model fez parte de uma matéria para o jornal Folha de São Paulo. O modelo João Souza Pereira e o Executivo de Novos Negócios Robson Lima puderam falar um pouco sobre a inserção e representatividade dos modelos sênior no mercado de trabalho e como a Gloss Model incentiva e apoia a diversidade em seu casting. Confira a matéria nesta página ou no link abaixo da Folha de São Paulo:
A profissão de modelo é frequentemente associada a alguns estereótipos. Não raro as pessoas relacionam a atividade a jovens altas, com beleza acima da média e extremamente magras. Porém, um novo grupo de pessoas vem sacudindo esse mercado: o dos modelos sêniores. O envelhecimento da população fez os anunciantes voltarem os olhos para esse grande público, que continua consumindo. E para gerar identificação nessa parcela da população, a solução tem sido cada vez mais o uso de modelos com mais de 50 anos de idade.
É o caso de Ana Luna, 69, de São Paulo, que começou na área depois dos 60 anos e descobriu na atividade uma forma de se manter ativa. “Vi que estava começando a ser legal ser velho”, brinca. “Tive a ideia de fazer testes para fazer comerciais e comecei a pesquisar. Peguei agências maravilhosas, que me mandam vários jobs [trabalhos]. Virou uma ligação bacana com as pessoas que trabalham nelas, eu gostei demais!”
Luna diz que, apesar de ser formada em letras, nunca exerceu a profissão. “Sou da geração que ficava em casa cuidando dos filhos e da casa enquanto o marido trabalhava”, conta. “Nunca trabalhei, mas agora ganho dinheiro com publicidade.”
Só depois que ela se divorciou, em 1993, é que começou a realizar alguns sonhos, como o de cantar. Integrou por alguns anos um grupo musical chamado Uva Passa (porque é “amassadinha, mas gostosa”, como ela explica aos risos) e, quando o grupo se desfez, passou a procurar novas atividades que a preenchessem, como “modelar”.
Desde então já participou das campanhas de uma grande rede de supermercados e de uma gigante da indústria alimentícia, além de um institucional de incentivo à vacinação ao lado de Pelé, entre outros trabalhos.
Os filhos, um de 44 e outro de 42 anos, não interferem. “Tudo eu mando para eles verem, eles gostam bastante”, conta. “O mais velho é um pouco reticente às vezes. Fiz a campanha para uma linha de lingerie — era bem comportado, nada de bumbum de fora —, e ele ficou meio assim. Mas acho que ambos são orgulhosos da minha forma de ser, da minha alegria, acho que é até exemplo para eles.”
Entre um e outro trabalho no mercado de modelos senior, Luna usa as redes sociais para falar sobre envelhecimento real (“sou uma ativista do envelhecimento”) e dar dicas para quem quer começar na profissão. “Eu recomendo para todo mundo”, afirma.
“Nos trabalhos tem gente com todo tipo de perfil”, explica. “Às vezes a pessoa fala: ‘Ah, mas eu não sou bonita’. Para começar, você é bonita sim. E, em segundo lugar, tem de tudo, desde a glamourosa que vai desfilar à velhinha que vai andar com dificuldade.”
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SONHOS A REALIZAR
Para Yara Forrer, 72, de São Paulo, a carreira de modelo começou há dez anos. “Trabalhei durante 40 anos na área de banco de dados”, conta. Quando veio a aposentadoria, pensei: ‘o que vou fazer da vida?’. Minhas amigas disseram para eu investir no mercado dos modelos senior e me tornar uma modelo da terceira idade, e eu fui atrás.” A sugestão não foi à toa. “Eu sempre gostei de me vestir bem”, explica. “Não precisava, mas eu sempre ia trabalhar toda arrumada.”
Ela recebeu a indicação de uma agência por meio da qual a filha de uma amiga já tinha feito alguns trabalhos. “Liguei e perguntei se trabalhavam com terceira idade”, lembra.
Mesmo com alguma timidez no início, deu certo. “Sempre me achei um pouco acanhada. Mas a idade traz novas formas de lidar com os nossos conflitos.” Yara conta que não tinha o sonho de ser modelo quando era nova. “Sou da época do cinema musical, eu achava que queria ser bailarina”, diz ela, lembrando que a avó chegou a acertar com uma professora que ela fizesse aulas, mas o pai acabou não autorizando.
“Tudo na vida tem um propósito. Eu me formei, me casei, tive filhos, formei meus filhos… isso tudo me envaidece. Se tivesse insistido [no balé], talvez não tivesse atingido meus objetivos.”
Hoje ela diz receber o apoio do marido e dos filhos, de 42, 40 e 35 anos. “O meu caçula é baterista de banda de rock, foi o que mais me incentivou. Ele que pagou meu primeiro book [álbum de fotos profissionais]. Os outros dois ficaram meio ressabiados, não botaram muita fé no começo, não [risos].”
Em publicidade, Yara Forrer já fez comerciais de empresas de telefonia, cosméticos e até uma campanha com a participação de Gisele Bündchen. E pretende fazer aulas de dança assim que possível, para complementar sua formação artística —além de cursos de passarela, ela já estudou teatro e interpretação, o que rendeu participações em novelas e filmes.
“Eu levo essa profissão muito a sério, eu estudo e me dedico para fazer da melhor forma possível tudo o que me chamarem para fazer. Quero morrer fazendo isso.”
CONCILIANDO ATIVIDADES
Já Therezinha Fernandes, 53, também de São Paulo, ainda trabalha como advogada, na área de direito da família. Quando fez 50 anos, contudo, percebeu que as oportunidades no mercado dos modelos senior estavam aumentando e resolveu tentar a sorte.
“Verifiquei uma agência que trabalhava nessa área e, como eu tenho a autoestima elevada, mandei uma foto e acabei sendo selecionada”, brinca. O primeiro trabalho, um ensaio de fotos para uma revista, surgiu apenas 15 dias depois.
Casada, com três filhos e quatro netos, ela diz que só contou a novidade para a família quando já tinha passado pela peneira da agência. “Eu fiz tudo meio que escondido”, lembra.
“Sou advogada, tenho um perfil mais sério, então não acreditava que seria escolhida. Quando fui selecionada, eu falei e eles acharam bacana.”
Therezinha conta que, apesar de ser um pouco ciumento, o marido tem dado apoio. “Ele me incentiva porque é uma coisa que me faz feliz. É algo que levanta bem a autoestima. Desde que comecei, fiquei mais leve, mais solta. Foi uma maneira de me reinventar.”
E ela gostou tanto da nova ocupação que lamenta não poder pegar todos os trabalhos que aparecem. “Como eu ainda estou na ativa, nem sempre é fácil conciliar. Alguns trabalhos surgem de repente, e não tem como eu pegar.”
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Quem também concilia mais de uma atividade é João Souza Pereira, 61, de Mogi das Cruzes (interior de SP). Ele já havia trabalhado no mercado dos modelos senior há cerca de 15 anos, mas acabou deixando a ativida e de lado depois que foi atropelado e fraturou a bacia.
Mais recentemente, há menos de um ano, começou a procurar agências para voltar a fazer campanhas. Segundo conta, ele tem flexibilidade de horários porque trabalha na venda e entrega de brincos fabricados pelo sobrinho. “O meu desejo é tornar isso uma carreira. Eu sempre quis ser modelo fotográfico, é o maior objetivo que eu tenho.”
Ele avalia que as oportunidades estão aumentando para modelos que têm mais de 50 anos e diz que a competição entre os homens é um pouco menos acirrada. “Tem mais mulheres que homens no mercado.
Acho que, em geral, eles são mais relutantes em se expor”, opina. “Acho que, para ser modelo, o fundamental é a desenvoltura. Hoje em dia não tem mais isso de ter que ter um corpo assim ou assado, tem muita variedade. Cada um tem uma particularidade que vai chamar a atenção.”
O QUE O MERCADO DOS MODELOS SENIOR QUER?
Desenvoltura é, de fato, a palavra mais citada entre os bookers, os olheiros que selecionam o casting (elenco) das agências. Robson Lima, da paulistana Gloss Model, diz que há cada vez menos um perfil padrão buscado pelo mercado.
“É muito legal que não tem mais estereótipo. Já agenciamos modelo sênior para comercial de produtos para cabelo, de marcas de roupas… Eles estão galgando outros espaços além do estereótipo do senhorzinho que vai fazer só propaganda de aparelho auditivo, o que também existe.”
Lima diz ainda que, muitas vezes, há dificuldade em conseguir novos modelos de mais idade porque há muitas visões preconcebidas. “Temos pessoas para quem a idade é só um número, elas têm uma disposição até maior que alguém de 20 e poucos anos”, compara.
“Estamos sempre procurando new faces [rostos novos], independentemente de ser novo ou mais velho.”
Fernanda Paschoal, da agência paulistana Dois Tons, corrobora a afirmação. Acontece muito de os clientes quererem caras novas. Se você reparar, muitas vezes vemos sempre as mesmas pessoas nos comerciais”, diz. “O mercado é muito competitivo, mas se renova muito também”, explica. “Neste momento, o que se procura é cada vez mais diversidade. Acho muito legal essa inclusão, somos um país multiracial. No nosso casting tem de tudo: senhores gordinhos, magrinhos, casal em que os dois fazem trabalhos juntos, idoso mais descolado, avó bem ao estilo Dona Benta… Isso vai de acordo com o briefing [instrução do trabalho].” A profissional lembra que o crescimento acelerado do segmento só foi interrompido por causa da Covid-19. “Durante um período da pandemia, havia um limite de até 59 anos para participar dos trabalhos. Agora, com a vacina, os que quiseram já puderam voltar”, conta.
A pandemia também é citada por Maria Rosa von Horn, da Fifty Models, também de São Paulo, como um dos períodos mais complicados para a agência, especializada no mercado dos modelos senior. “Ficamos muito tempo parados, ninguém iria se arriscar.” Mas os trabalhos já voltaram a aparecer com força total. A própria dona da agência, que tem 63 anos, trabalha como modelo. Na última semana, por exemplo, ela faria fotos de vestidos de festa em uma fazenda no interior de São Paulo.
“Quando eu era mais novinha eu parava o comércio”, conta. “Era muito alta e sempre fui magra, um tipão, mas meu pai não deixava eu ser modelo, achava que não pegava bem. Eu achava que tinha perfil, mas não pude fazer na época.” Ela conta que, por volta dos 50 anos, começou a se sentir incomodada com a forma como as pessoas mais experientes eram tratadas, e algumas ideias começaram a surgir. “Eu era uma mulher atraente, mas parecia que eu estava sumindo. É como se a gente se tornasse invisível para a sociedade”, compara. “Eu pensava: ‘Espera aí, eu não estou tão acabada assim’ [risos].”
Foi quando ela resolveu realizar o sonho de fazer um curso de passarela, onde conheceu muitas mulheres da sua faixa de idade. Na época, há quase 14 anos, o mercado de modelos sêniores ainda estava engatinhando. Mas como nem sempre foi bem recebida nas agências que procurou, Maria Rosa Von Horn teve a ideia de criar a própria empresa. “Me olhavam torto, só queriam a novinha ou a idosa com perfil de vovozona, não tinha meio termo”, diz.
A agência começou com apenas quatro modelos, e toda a operação funcionando de forma virtual. Hoje ela tem um casting de 29 senhoras com os mais variados perfis. “Loira de farmácia o mercado tem aos montes”, brinca. “Atualmente o que chama a atenção é a mulher que tem uma característica diferente, que você não encontra na esquina.”
A modelo e empresária diz ser criteriosa na seleção de suas modelos e afirma queprefere ter um casting mais enxuto, trabalhando só com quem ela acha que tem realmente o perfil —atualmente, está interessada em mulheres com rugas, cabelo curto ou grisalho e aparência saudável. “Aqui é bem específico. Não querendo ser metida, mas é como a Ford Models para mulheres mais maduras”, brinca, referindo-se a uma das maiores agências que atuam no país.
A estratégia tem dado certo, inclusive para ela própria. “Nunca ‘modelei’ tanto como agora, que estou ficando mais velha”, comemora. “O mundo mudou, não é mais como era.”
Pluralidade na Gloss Model. Em celebração ao primeiro aniversário da agência Gloss Model nada mais significativo do que abordarmos sobre quem faz a Gloss acontecer. E são eles: modelos, artistas, influencers talentosos que abraçam nossos valores e junto ao #teamgloss entregam trabalho de qualidade e diversificação.
Não é à toa que nos tornamos a melhor agência de modelos do Brasil, transformamos sonhos em realidade. Nosso propósito de existência é abraçarmos e nos conectarmos com a diversidade de padrões estereótipos, já que estamos passando por um momento em que discutimos muito sobre padrão, e como ele aprisiona as pessoas, especialmente no mercado de moda.
Essa é uma discussão, que obviamente reverbera no mundo da moda, da beleza e da publicidade. A agência Gloss Model busca valorizar mais a singularidade de cada corpo e de cada pessoa. Atualmente, com a intenção de visar cada vez mais a pluralidade na Gloss Model, contamos com cast feminino, masculino, agender, kids, curve e plus size. E acompanhando as macrotendências atuais observamos modelos curve em grandes campanhas e desfiles. Vemos celebridades serem vestidas por grandes marcas do Red Carpet. Antigamente isso era um fator impensável. Mas o mundo mudou, e cada vez mais nos inserirmos em grandes debates com alegria e esperança, e a esperança é que vamos chegar em um momento em que cada corpo será um fator livre e que a moda irá abraça-la de forma singular. Afinal, a moda é um ato de expressão e aqui na Gloss Model nós valorizamos essa ferramenta e atuamos de forma universal frente ao mercado. Humanização é fundamental, não é mesmo?
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