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Editorial de Moda Neoplástica

Publicado em 02/set/2021

Editorial de moda Neoplástica. Em 1917 era fundada a revista “De Stijl”, revista responsável pela difusão do neoplasticismo por mais de 10 anos. Esse movimento artístico tinha como principal objetivo reduzir as obras ao ponto mais puro da criação artística: “porque nada é mais concreto nem mais real do que uma linha, uma cor, uma superfície…” – Theo van Doesburg. Os artistas envolvidos no movimento enfrentaram duras críticas pelos defensores da “verdadeira arte”, isto é, a arte não abstrata. No entanto, influenciaram outras correntes importantes como a “Escola Bauhaus” e o “Abstracionismo”.

Dentre os fundadores do movimento e da revista estava Piet Mondrian e suas inconfundíveis composições de linhas retas, formas retangulares e cores primárias inspiram até hoje o mundo da decoração e da moda.

A Gloss Model traz um pouco de tudo isso para você através do editorial de moda Neoplástica.

Modelo: Sofia Martos
Fotografia: Felipe Quintini @felipequintini
 Styling: Luísa Galvão @lugalvao_beauty
Beleza: Luísa Galvão @lugalvao_beauty
Beleza: Isabella Toldo @isabellatoldo
Texto: Luísa Galvão @lugalvao_beauty

Editorial de Moda Neoplástica

Piet Mondrian começou a sua carreira como pintor ao mesmo tempo em que trabalhava como professor. A maior parte do seu trabalho deste período é influenciada pelo naturalismo e o impressionismo. No museu Gemeente, em Haia, estão expostos vários trabalhos deste período, incluindo exemplares pós-impressionistas tais como “O Moinho Vermelho” e “Árvores ao andar”. (O museu também tem exemplos do seu trabalho geométrico posterior).

Após entrar em contato com a teosofia, Mondrian passa por um breve período simbolista, que lhe será fundamental para que atinja a abstração. Este período costuma-se confundir com a radical abstração que caracterizaria o resto de sua obra, já revelando uma certa tendência à geometrização e à síntese da realidade. Além do pensamento espiritual calcado na busca de uma essência matemática e racional para a existência que caracteriza a teosofia, Mondrian também exibiu um interesse quase obsessivo pelo jazz – pela identificação de sua alegria contagiante com o ritmo irregular que, ele também, possuiria um fundamento matemático.

A abordagem sequencial de três telas com árvores (A árvore vermelha – 1908A árvore cinzenta – 1912 e Macieira em Flor – 1912), mostra como se processou a desconstrução figurativista de sua obra.

Em 1911, visitou uma exposição cubista em Amsterdã que o marcou profundamente e teve grande influência no seu trabalho posterior.

A partir de 1917 até a década de 1940 desenvolve sua grande obra neoplástica.

Essa fase de sua obra, a mais popularmente difundida, se caracteriza por pinturas cujas estruturas são definidas por linhas pretas ortogonais (o uso de diagonais induziria a percepção a ver profundidade na tela e motivou o rompimento de sua amizade com Theo Van Doesburg, posteriormente). Essas linhas definem espaços que se relacionam de diferentes modos com os limites da pintura, e que podem ou não serem preenchidos com uma cor primária: amarelo, azul e vermelho, decisão que mostra sua estreita relação com as teorias estéticas da Bauhaus e da Escola de Ulm, e que definem pesos visuais diferentes para esses espaços. Os blocos de cor pintados de modo fosco e distribuídos assimetricamente reforçam a ideia de um movimento superficial que se estende perpetuamente, indicando que o pintor investia na percepção de sua obra como uma abstração materialista e sem profundidade, criticando a pintura histórica enquanto produzia uma abstração racionalista, espiritualista e sobretudo concreta do mundo.